Na abertura da 29ª Ovibeja
28/04/2012
Na abertura da 29ª Ovibeja
Castro e Brito acusa governo de “retirar” verbas de Alqueva para “outras regiões”
Na cerimónia inaugural da 29ª Ovibeja Manuel Castro e Brito, presidente da ACOS-Agricultores do Sul e da Comissão Organizadora da Ovibeja criticou o Governo por estar a retirar verbas previstas para a conclusão do regadio de Alqueva para outras regiões do país e disse que “os melhores solos do país” não estar a ser regados “com uma gota de água de Alqueva”. Carlos Moedas, o secretário de Estado Adjunto do Primeiro Minsitro sublinhou o “exemplo” da Ovibeja que soube ultrapassar “as fronteiras regionais”, passando em 29 anos de um “evento da cidade e da Região” para um “dos grandes eventos nacionais.
“Ao contrário do que por vezes se pensa é nas crises que nascem muitas das instituições mais robustas e douradas” disse o secretário de Estado Adjunto do Primeiro Ministro, Carlos Moedas, na cerimónia solene de abertura da 29ª Ovibeja.
Referindo-se à Ovibeja, Carlos Moedas acrescentou que “não é por acaso” que a Feira “nasce em 1984, em plena crise económica, em pleno processo de assistência financeira” do FMI.
Comparando a situação de crise que se vivia em 1984 e a actual, o secretário de Estado disse hoje Portugal é “apesar de todas as dificuldades” um país “mais rico, com melhor qualidade de vida e com melhores indicadores de bem estar”.
Carlos Moedas referiu ainda que as empresas do Baixo Alentejo devem olhar para as oportunidades que há lá fora e aproveitar “as capacidades próprias e únicas da região”.
Em seu entender os empresários têm que encontrar uma forma de “atravessar com sucesso a linha geográfica que marca a sua região” para exportarem para outras regiões e para outros países; dando como exemplo a Ovibeja um investimento que soube ultrapassar “as fronteiras regionais”.
Carlos Moedas não se referiu no seu discurso a Alqueva e aos projectos estruturantes, apesar das exigências deixadas pelo presidente da ACOS- Agricultores do Sul que defendeu a necessidade do regadio de Alqueva ser concluído no mais curto espaço de tempo possível.
Castro e Brito disse que “há grandes investimentos que correm o risco de serem inviabilizados pela recente decisão do Ministério a Agricultura que retirou 130 milhões de euros da programação financeira da medida do Regadio de Alqueva do PRODER para outras regiões do país”.
“Os melhores solos do país [barros de Beja]” não regam com uma única gota de água de Alqueva, disse o presidente da Comissão organizadora da Ovibeja, sublinhando que “só em olival são 12 mil hectares, não contando já com as áreas de vinha e os pivots e outros sistemas de rega já instalados”.
Antes, Jorge Pulido Valente, presidente da Câmara de Beja, tinha apelado ao Governo para que olhe para o Alentejo como “um parceiro forte e empenhado” no combate à crise e “conclua, potencie e rentabilize” os projectos estruturantes em curso na região, tais como Alqueva ou o aeroporto de Beja.
Organizada pela ACOS – Agricultores do Sul, a feira tem este ano como tema central “+ PRODUÇÃO”.